quinta-feira, 19 de novembro de 2009

CONTINUA IMAGINADO UM MUNDO MELHOR



JOÃO E MARIA


Numa casa perto da floresta vivia um lenhador muito
pobre
.
Ele tinha dois filhos: João e Maria.
A mãe das crianças havia morrido e o lenhador casara
de novo com uma mulher malvada.
Uma noite a mulher queixou-se ao lenhador:
“A comida acabou e estamos sem dinheiro para comprar
mais. Só há um pouco de pão para dar às crianças
amanhã cedo.
Precisamos abandonar os dois na floresta, pois não
temos com que sustentá-los.
“Abandonar?”, perguntou o lenhador, assustado.
“Não pretendo fazer isto com meus filhos!”
Mas a mulher, que era feiticeira, ameaçou transformar
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as crianças em sapos se o lenhador não concordasse.
João e Maria ouviram a conversa. Maria começou a
chorar, com medo de ficar perdida na floresta. João,
que era muito esperto, teve uma idéia:
“Vou ao quintal apanhar umas pedrinhas para marcar
o caminho. Assim saberemos voltar.”
Ouvindo isso, Maria ficou tranqüila. João saiu quietinho
e encheu os bolsos de pedrinhas brancas.
Na manhã do dia seguinte João e Maria fingiram que
não sabiam de nada. Quando sentaram à mesa para
tomar café, a madrasta lhes disse:
“Aqui está um pedaço de pão para cada um. Guardem
para o almoço, pois seu pai vai cortar lenha muito
longe e nos vamos com ele.”
Puseram-se todos a caminho. 0 pai e a madrasta iam
na frente. As duas crianças ficaram mais para trás, e
João ia deixando cair as pedrinhas enquanto andava.
Quando chegaram ao meio da floresta, a madrasta
ordenou às crianças:
“Sentem-se aqui e comam o pão, enquanto vou com
seu pai cortar lenha. Não saiam daqui até voltarmos.”
Assim, o lenhador e a mulher se afastaram, deixando
João e Maria sozinhos no mato.
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No dia seguinte as crianças foram levadas de novo
para a floresta. Desta vez João não pôde ir ao quintal
juntar pedrinhas brancas: a porta estava fechada com
ferrolho e ele não conseguiu sair de casa. Mas deixou
cair pedacinhos de pão para marcar o caminho.
A madrasta abandonou as crianças num lugar ainda
mais longe. João não se preocupava, porque tinha
marcado o caminho para voltar.
Mas, quando ele e Maria procuraram os pedacinhos de
pão, nada encontraram: os passarinhos da floresta
tinham comido tudo!
“Que vai ser de nós agora?”, perguntou Maria, choramingando
de medo.
“Vamos tratar de dormir”, disse João. “Amanhã daremos
um jeito de voltar para casa.”
Durante três dias e três noites as crianças vagaram
pela floresta, sem achar o caminho de casa. onde
havia uma casinha.
A casinha era feita de pão-de-ló, com telhado de chocolate
e janelas de pão-de-mel. João e Maria puseram-
se a comer a casa, até que uma voz gritou lá de
dentro:
“Quem rói minha casinha?”
Mas, no dia seguinte, tudo mudou. A velha chamou os
dois para irem ver o estábulo, e fechou João lá dentro!
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Tique ai até virar um leitãozinho bem gordo para 18
eu comer”, disse a velha, que era uma feiticeira.
“E você”, continuou a velha, falando com Maria, terá
que cozinhar e fazer todo o serviço da casa!”
Maria ficou muito assustada e tratou de obedecer.
Todos os dias a velha obrigava Maria a levar comida
para o irmãozinho. Depois perguntava se João já tinha
engordado. Como a velha não enxergava bem,
Maria dizia que ele ainda estava muito magrinho.
A velha cansou de esperar que João engordasse. Um
dia resolveu esquentar bem o forno e disse para Maria:
“Vou assar pão. Ponha sua cabeça 1á’ dentro para ver
se o forno já está bem quente.”
“Minha cabeça não cabe aí dentro!”, respondeu Maria.
“Ora, cabe até a minha que é maior!”, disse a velha.
Maria fingiu que não acreditava. Quando a velha meteu
a cabeça no forno para mostrar como cabia, a
menina deu-lhe um empurrão e fechou a velha lá dentro!
Depois, mais que depressa, pegou a chave do estábulo
e correu a soltar o irmãozinho.
Maria contou a João que a velha escondia um tesouro
embaixo da cama. Os dois puseram tudo num cofre e
em seguida fugiram levando as riquezas da bruxa.
Depois de andar muito pela floresta, João e Maria
chegaram em casa. Encontraram o pai no quintal, chorando
de saudade deles. Os três se abraçaram, contentes
por estar juntos novamente.


João e Maria mostraram ao pai o tesouro que haviam
trazido, com o qual não faltaria mais comida.
O pai contou então que a madrasta tinha caído no rio
e morrera afogada. Assim os três nunca mais se separaram
e viveram sempre felizes