ALADIM E A LAMPADA MARAVILHOSA
Há muitos e muitos anos viviam num distante reino
da China a viúva de um pobre alfaiate e seu filho
Aladim.
Um dia, quando este brincava na praça, um estrangeiro
aproximou-se dele e lhe disse:
- Meu menino, você não e filho do alfaiate Mustafá ?
- Sou, sim, respondeu Aladim, mas meu pai já morreu
ha muito tempo.
- Pois então eu sou seu tio, meu querido sobrinho! Há
muitos anos estou viajando; desejava tanto rever meu
irmão, e agora estou sabendo que ele esta morto!
Quanto sofrimento para mim!
0 estrangeiro tomou a mão de Aladim e pediu-lhe que
o levasse a casa de sua mãe.
Lá entregou a boa senhora uma bolsa cheia de ouro,
dizendo-lhe que fosse comprar uma comida saborosa
para o jantar. Na refeição ele contou que estava viajando
ha muito tempo, e descreveu todos os países
por ele visitados.
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No dia seguinte ele saiu com Aladim e comprou-lhe
roupas riquíssimas. Depois visitaram juntos a cidade,
dirigindo-se por fim aos magníficos jardins que a cercavam.
Pouco a pouco foram-se afastando da cidade,
chegando assim ao sopé de uma montanha.
- Paremos aqui, disse o estrangeiro, pois aqui neste
lugar lhe vou mostrar coisas maravilhosas! Enquanto
eu faço um fogo com gravetos, você vai buscar lenha
para fazermos uma grande fogueira.
Aladim logo reuniu uma pilha de galhos secos. 0 estrangeiro
acendeu então a fogueira, pronunciando
palavras magicas. No mesmo instante dali levantouse
uma fumaça espessa. A terra tremeu um pouco,
depois abriu-se, deixando aparecer uma pedra na qual
estava presa uma argola de ferro.
0 estrangeiro suspendeu a pedra e uma escada íngreme
apareceu.
- Desça esta escada, disse o estrangeiro, e quando
você chegar em baixo achara um salão. Atravesse-o
sem parar um instante. No meio desse salão ha uma
porta que da para um jardim. No meio desse jardim,
sobre um pedestal, esta uma lâmpada acesa. Pegue a
lâmpada e traga-a para mim. Se os frutos do jardim
lhe apetecerem, pode colhê-los à vontade.
Em seguida ele colocou um anel no dedo de Aladim,
dizendo-lhe que este o protegeria contra qualquer
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perigo.
Aladim desceu ao subterrâneo e, sem se deter, foi e
apanhou a lâmpada- Já de volta, ele parou para olhar
o jardim e viu que ali havia frutas muito diferentes
das outras. Colheu algumas julgando que fossem de
vidro colorido, quando na realidade eram pérolas, rubis,
diamantes e esmeraldas.
0 estrangeiro aguardava com impaciência.
- Meu tio, disse Aladim, ajude-me a subir, por favor.
- Pois não, querido sobrinho, mas então você primeiro
tem que me dar a lâmpada, pois ela lhe pode atrapalhar
para subir.
- Não atrapalha não, meu tio; assim que estiver em
cima, eu lhe entrego a lâmpada.
E continuaram a teimar sem que nenhum cedesse, até
que por fim o estrangeiro teve um acesso de raiva
pavoroso e pronunciou urnas palavras mágicas. A pedra
então fechou-se sobre si mesma, e Aladim ficou
prisioneiro no subterrâneo.
0 estrangeiro era um grande feiticeiro africano que
por meio de suas mágicas descobrira a existência da
lâmpada cuja posse poderia torna-lo mais poderoso
que todos os reis da terra. Porem ele próprio não podia
ir busca-la, por isso recorrera a Aladim.
Vendo que não poderia obtê-la, voltou para a África
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no mesmo dia.
Aladim ia estava fechado no subterrâneo há três dias,
quando, juntando as mãos para implorar ao céu miseric
órdia, sem querer esfregou o anel que o magico lhe
dera. Imediatamente um em o medonho apareceu e
disse estas palavras:
- Que desejas ? Estamos prontos a te obedecer, eu e
todos os escravos do anel.
Aladim gritou :
- Sejas quem for, tira-me deste lugar!
Mal acabara de pronunciar estas palavras e logo viuse
fora do subterrâneo.
Assim que chegou a casa, contou a sua mãe o que lhe
acontecera, e pediu-lhe um pouco de comida.
- Ali ! meu filho! Que tristeza! eu não tenho nem um
pedaço de pão para lhe dar !
- Pois então, minha mãe, dê-me a lâmpada que eu
trouxe, e eu irei vende-la.
- Esta aqui, meu filho, mas esta muito suja. Vou areá-
la; assim talvez dêem. mais dinheiro por ela.
Assim que começou a esfrega-la, apareceu um gênio
pavoroso que disse com uma voz cavernosa:
- Que desejas? Sou teu escravo, e estou pronto a te
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obedecer, assim como todos os outros escravos da
lâmpada.
A mãe de Aladim. desmaiou de susto.
Aladim. pegou a lâmpada e respondeu:
- Estou com fome, traz alguma coisa para eu comer !
0 gênio desapareceu e voltou trazendo em enorme
bandeja de prata 12 pratos cheios de coisas deliciosas,
pão e duas garrafas de um vinho finíssimo, colocando
tudo sobre a mesa; depois desapareceu.
Muitos dias se passaram durante os quais Aladim e
sua mãe recorreram uma porção de vezes a lâmpada.
Uma manhã, enquanto passeava, Aladim ouviu publicar
uma ordem do rei obrigando o povo a fechar todas
as portas e janelas das casas, porque a princesa sua
filha ia sair do palácio e não devia ser vista por ningu
ém.
Esta proclamação despertou em Aladim grande curiosidade
de conhecer a princesa; tendo-a visto, ficou
grandemente impressionado por sua extraordinária
beleza.
Voltando para casa, ele não pode conter seu entusiasmo
e disse a sua mãe:
- Eu vi a princesa Badrulbudur. Amo-a e resolvi pedi-la
em casamento.
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A mãe de Aladim não pode reprimir gargalhada :
- Ora veja, meu filho ! e está sonhando !
- Não, minha mãe, não estou. E vou-lhe pedir um
favor. Pegue um vaso de bom tamanho, encha-o com
as frutas que eu trouxe do jardim da lâmpada, e leveo
ao rei.
A mãe de Aladim fez tudo o que lhe pedira Aladim.
0 rei maravilhou-se com as pedras preciosas que ela
lhe ofereceu e disse-lhe:
- Vá, boa mulher, volte para a sua casa. Diga a seu
filho que eu aceito a sua proposta, e que lhe concederei
minha filha quando ele me enviar 40 bandejas de
ouro maciço cheias de pedras preciosas trazidas por
40 escravos negros acompanhados por 40 escravos
brancos, todos vestidos luxuosamente.
Logo que sua mãe lhe contou o que se passara, Aladim
chamou o gênio, e exprimiu-lhe seu desejo.
Pouco tempo depois o gênio lhe trazia os tesouros
pedidos.
Aladim apresentou-se ao rei com todo seu séquito, no
meio das aclamações de toda a cidade, e as núpcias
se realizaram algum tempo depois com grandes festas.
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Aladim mandou construir pelo gênio um palácio digno
da princesa, sua esposa. 0 palácio maravilhoso ficou
pronto em uma única noite. Era feito com madeiras
preciosas e mármore do mais fino.
No centro, debaixo de uma cúpula maciça de ouro e
prata, havia um salão com 24 janelas incrustadas com
as mais belas pedras preciosas. Os jovens esposos
viveram felizes alguns anos ate o dia em que o magico,
que nunca esquecia Aladim e não perdia a esperança
de reaver a lâmpada maravilhosa, soube por suas feiti
çarias tudo o que acontecera.
No dia seguinte ele retomou o caminho da China e
chegou logo a cidade de Aladim.
Dirigiu-se imediatamente a casa de um negociante de
lâmpadas e comprou-lhe uma dúzia delas. Colocandoas
numa cesta, tomou o caminho do palácio maravilhoso,
gritando:
- Quem quer trocar lâmpadas; velhas por
A princesa Badrulbudur ouviu-o.
- Boa idéia, disse ela as suas aias, neste canto lia
uma lâmpada velha, troquem-na por uma nova !
Uma das aias logo foi e trocou a lâmpada velha pela
nova.
0 mágico saiu imediatamente da cidade. Assim que
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ele chegou ao campo, pegou a lâmpada, esfregou-a e
disse ao gênio:
- Eu ordeno que retires o palácio de onde ele esta e
que o transportes para a África.
0 gênio executou imediatamente a ordem recebida.
Aladim estava caçando.
Quando voltou, qual não foi o seu desespero não encontrando
seu palácio nem sua esposa.
0 rei, seu sogro, estava louco de raiva, e ameaçou
mata-lo se antes de 40 dias não encontrasse sua filha.
Felizmente Aladim possuía ainda o anel do magico.
Esfregou-o e o gênio apareceu.
- Que desejas ? perguntou o gênio.
- Gênio, leva-me para junto da princesa, minha esposa.
Com a rapidez de um relâmpago, achou-se ele na África,
bem debaixo da janela do quarto de Badrulbudur.
Uma aia avistou-o e preveniu a princesa., que o reconheceu
e ir até junto dela.
Não tiveram dificuldade em se apoderar novamente
da lâmpada maravilhosa dando um narcótico ao
magico, que a trazia escondida dentro de suas rou12
pas.
0 gênio da lâmpada logo foi chamado para transportar
o palácio para o lugar onde estava antes e o pai de
Badrulbudur ficou radiante, encontrando sua filha.
0 mágico foi acorrentado e jogado para servir de pasto
aos animais ferozes.
Grandes festas celebraram a volta da princesa e de
seu esposo. Os dois viveram muito felizes.
Aladim subiu ao trono depois da morte de seu sogro.
Reinou sabiamente com Badrulbudur durante longos e
longos anos e deixaram filhos ilustres.
FIM